terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Words End.

"Not words, Worlds".

Oi.
Gosto muito desse gracejo do Gaiman em Fim dos Mundos. Na edição brasileira, foi alterado para "Fim dos mudos. Não mudos, mundos", e eu prefiro o original.
Há algumas semanas, me deparei com uma imagem, e eu discordei tanto dela...

Não vou fazer uma outra postagem sobre, literalmente, o fim dos mundos. Lembrei agora de um gracejo em Os Filhos de Anansi. Sobre onde era o fim do mundo e que era também o início, depende apenas da forma omo você olha.

Discordei por causa de um dos contos de Fim Dos Mundos, o "Uma História de Duas Cidades".

"Robert sacudiu a cabeça. 'Passei a vida inteira caminhando pela cidade. Esta não é a cidade, ainda que em certos momentos eu reconheça fragmentos dela, como alguém identificando um verso de um poema familiar num livro que nunca leu.'

O velho pôs a mão sobre o ombro de Robert.
'Esta é a cidade', repetiu.
'Então... Em que parte dela estamos?'

"Acho...' O velho fez uma pausa. O vento soprava frio no alto da ponte. 'Estou aqui há muitos, muitos anos. Quantos, não sei. E nesse tempo todo tive tempo para pensar.
Talvez uma cidade seja um ser vivo. Afinal, todas tem sua própria personalidade.
Los Angeles não é Viena. Londres não é Moscou. Chicago não é Paris. Toda cidade é uma coleção de vidas e construções, e a personalidade de cada uma é única.'

'E daí?'
'Daí que, se uma cidade tem personalidade, talvez também possua alma. Talvez sonhe.
Acho que estamos nisso. Nos sonhos da cidade. É por isso que alguns lugares são quase reconhecíveis. É por isso que quase sabemos onde estamos.'

'Você acha que estamos dormindo?'
'Não. Estamos acordados, imagino. Mas acredito que a cidade esteja dormindo e estejamos zanzando por seus sonhos.'

[...]

'Talvez algum dia eu retorne ao mundo desperto. Estou procurando por alguma rua que conheço na cidade verdadeira - e quando encontrar, andarei por ela até voltar ao mundo real.
É a minha esperança, e rezo por isso. Afinal, é preferível à alternativa.'
'Que seria...'

'A cidade acordar', disse o velho. 'Que ela acorde e...'

[...]

Conheci Robert num vilarejo do litoral escocês, poucos anos depois dos eventos que acabo de relatar.
[...]
'Você teme algum dia voltar aos sonhos da cidade?'
'O que eu temo é o dia em que as cidades acordarão. O dia em que as cidades se levantarão.'
Prefiro acreditar que foi o frio que me fez estremecer, que fiquei sem fôlego apenas porque uma réstia de névoa invadiu minha garganta.
Robert se afastou pela charneca e nunca mais o vi.

Desde então, cruzo as cidades com menos tranquilidade."

Algumas histórias do Gaiman tem a capacidade de me deixar de olhos arregalados todas as vezes que eu as leio. Essa é uma delas. Ramadã é outra. E Mortalha.

Bons sonhos.
Ramadã é tão lindo. "Assim, o seu palácio era o palácio das maravilhas"

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um poema para Morpheus

Após começar a ler Sandman mudei muito minha visão sobre algumas coisas, esclareci-me muito sobre outras, e em sua homenagem escrevi essa pequena poesia:

O senhor dos sonhos vem buscando seres agonizando e gritando desesperados na realidade,

Nunca é tarde para ele os salvar,

Sandman.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O título é sempre a pior parte para mim...

Oi.

Tenho que arranjar uma forma imaginativa e elegante de começar as postagens.
Tenho que matar essa sede que estou sentindo hoje.
Tenho que... Fazer a postagem.

Estou fazendo uma limpeza no meu quarto. Achei hoje muitas coisas que nem lembrava que existiam. Achei alguns poemas que escrevi mais ou menos na mesma época que comecei o blog. Eu mudei tanto desde então... E eu percebi que tem muita coisa que não tem título. E esse é o maior problema meu: a maior parte dos e-mails que escrevo não tem título. As postagens, muitas vezes luto para conseguir um bom título.

Uma das coisas que achei foi uma impressão de Instruções, do Gaiman. Pulei de alegria ao vê-lo. Ou vê-la. Imprimi antes da Conrad publicar o Coisas Frágeis 2. A tradução é tão melhor do que o da Conrad!

Percebi também que meu Silêncio dos Inocentes está perdido. E eu não sei qual o ultimo lugar que eu procurarei. (Adoro esse gracejo de Delírio)

Bons sonhos.

Acabei de ter uma ideia: acho que vou dormir lendo Instruções.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma necessidade real.

Preciso de um café.

Não fosse o fato de eu ter acabado de preparar duas xícaras, seria normal para mim. Aceitável.
O problema é: uma delas ficou parecendo uma água suja, sem gosto de absolutamente nada.

Preparei então a segunda.

Esta ficou razoável, e só isso.
Cheira bem? Sim. Tem cor de café? Sim. Ta quente? Sim. Qual o problema? Não tem feromônios entre eu e ela.

E vou ter que me contentar com isso por enquanto. Mas deixe estar, cafeteira desgraçada... Sua hora vai chegar.

P.S.: sorvete com pó de café fica muito bom. Experimentem.

domingo, 27 de novembro de 2011

Möbius

Oi.

Parece estranho, né? Milhões de anos sem uma postagem e eu (re)apareço aqui com um "Oi." lacônico. É. Lacônico.
Não saberia dizer porque estou há tanto tempo sem postar. Tenho várias postagens escritas em duas antigas provas. Se bobear tem mais de 10 lá, prontas.
Sei porque eu postei. Recebi uma reclamação bem sutil.
E eu tenho esta postagem meio feita, meio preparada, meio mentalizada há muito tempo, só esperando o gatilho correto para ser digitada. E o gatilho veio.
Um Anel de Möbius. Literalmente.




E retrata uma condição que sempre passa pela minha mente: o Anel de Möbius.
O que é isso? É uma reta que cujas extremidades se tocam. Não tem início nem fim. É uma figura tri-dimensional que só tem um lado. É uma representação de um ciclo. É muito simples de fazer, este post explica.
Eu vi no melhor blog que existe a seguinte citação:
“Pensar dói.”
E eu me lembrei de algum tempo atrás, quando conversava com uma amiga sobre uma dor de cabeça fenomenal que tive e eu disse “Só dói quando eu penso”.

E eu preciso dar um chute nisto.
Recordo ainda de uma citação de um outro blog que vi hoje:
"[Um pouco de paz.]"

O que Möbius significa para mim: o ciclo. Meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho, meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho. Para sempre. E quando eu fecho os olhos eu vejo um ventilador e ouço um relógio fazendo Tic Tac Tic Tac Tic Tac. Ensurdecedor.
E eu sei que devo explicar as duas referências: a 1ª é de um filme que assisti há alguns dias, O Palhaço. É bom. Bastante. E a outra foi uma das trocentas postagens que fiz e não coloquei aqui.

E me lembro ainda de uma citação que acabei de me esquecer. Lembrei qual é. É de Sinal e Ruído, outra coisa que me lembra Möbius. O exemplar que está comigo não é meu. "Não me olha assim," Dani.

noite

que cai
branco
que cai

sombra
que cai

homem
que cai

que cai

sábado, 15 de outubro de 2011

Omnia Mutantur, Nihil Interit.

Boa noite.

Em Sandman, mais especificamente em Despertar e sendo bem preciosista, em Exilados, tem essa citação de Ovídio. "Omnia Mutantur, Nihil Interit." É uma citação linda. É perfeita. Significa "Tudo muda, mas nada se perde realmente."

E isso é totalmente verdade. É uma coisa que me lembra Sinal e Ruído. Mas essa citação resume uma boa parte do meu mundo: nada se perde, apesar das constantes mudanças. Essa frase vei uns dois mil anos antes da de Lavoisier, se eu não me engano "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.".

E aqui estou eu, assistindo a uma transformação do meu mundo e dos meus conceitos e de mim mesmo. Não sei o que será de mim.

Bons sonhos.

Boas mudanças.

P.S.: achei essa postagem perfeita.
http://filosofandoamarteladas.blogspot.com/2009/05/omnia-mutantur-nihil-interit.html

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quem?

Eu adoro The Who.

E há algum tempo atrás eu acho que eu poderia ter dito "Boa noite, pessoal!" antes de começar a postagem, mas é porque eu estou ouvindo The Who agora e... Bem, é The Who. Boa noite, pessoal! A piada do título foi infame e batida, mas eu me divirto tanto... :)

E uma das melhores músicas deles é a classicíssima Won't Get Fooled Again. É a música tema de algum dos CSI, acho que é do Miami. Mas não importa, o que importa é o quão linda e perfeita e correta é a letra. A tradução tá embaixo. Selecionei algumas partes. Dizem que para bom entendedor, meia palavra basta.


Won't Get Fooled Again

We'll be fighting in the streets
With our children at our feet
And the morals that they worship will be gone
And the men who spurred us on
Sit in judgment of all wrong
They decide and the shotgun sings the song

I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
And I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again

Change it had to come
We knew it all along
We were liberated from the fall that's all
But the world looks just the same
And history ain't changed
'Cause the banners, they all flown in the last war

I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
And I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again
No, no!

I'll move myself and my family aside
If we happen to be left half alive
I'll get all my papers and smile at the sky
For I know that the hypnotized never lie
Do ya?

There's nothing in the street
Looks any different to me
And the slogans are replaced, by-the-bye
And the parting on the left
Is now the parting on the right
And the beards have all grown longer overnight

I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
Then I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again
Don't get fooled again
No, no!

Yeah!

Meet the new boss
Same as the old boss


Não Seremos Enganados Novamente

Estaremos lutando nas ruas
Com nossos filhos em nossos pés
E a moral que eles pregam, irá sumir
Eos homens que nos incitaram
Jugam que todos estão errados
Eles decidem e as espingardas cantam o som

Eu tirarei meu chapéu para a nova constituição
Prestarei reverência a nova revolução
Sorrindo sem graça pelas mudanças em minha volta
Pego minha guitarra e toco
Exatamente como ontem
Ai me ajoelho e rezo
Não seremos enganados novamente

A mudança, ela tinha que vir
Nós sabiamos disso o tempo todo
Nós fomes libertados do curral, isto é tudo
E o mundo parece sempre o mesmo
E a história não muda
Porque os banners, eles estavam lançados na última guerra

Eu tirarei meu chapéu para a nova constituição
Prestarei reverência a nova revolução
Sorrindo sem graça pelas mudanças em minha volta
Pego minha guitarra e toco
Exatamente como ontem
Ai me ajoelho e rezo
Não semos enganados novamente
Não, não

Eu saio com minha familia de lado
Caso aconteceça de sairmos meio vivo
Eu pegarei todos meus documentos e sorrirei aos céus
Embora eu saiba que os hipnotizados nunca mentem
Não é?

Não há nada nas ruas
Parece diferente para mim
E as propagandas estão repletas
E a parte da esquerda
É agora parte da direita
E as barbas tornaram-se grandes de repente

Eu tirarei meu chapéu para a anova constituição
Prestarei reverência a nova revolução
Sorrindo sem graça pelas mudanças em minha volta
Pego minha guitarra e toco
Exatamente como ontem
Ai me ajoelho e rezo
Nós não seremos enganados novamente
Não seremos enganados novamente
Não, não!

Yeaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

Conheça o novo chefe
Igualzinho o velho chefe





Algo mais a dizer?
Acho que só "bons sonhos".

domingo, 9 de outubro de 2011

Saramago. E Morte.

Boa noite!

Há quanto tempo!

Hoje eu estava pensando sobre a Morte. Sem nenhum motivo em especial, apenas lembrando de algumas teorias sobre ela. Talvez tenha sido devido a uma das minhas últimas postagens e o fato de Pandora ter comentado que a taxa de sobrevivência de alguém ter chegado a zero.

E eu lembrei de As Intermitências da Morte, de Saramago.
"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómenos semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.".
(Sinopse de As Intermitências da Morte. E um trecho também.)

Sexton e Didi
Eu lembrei de Didi hoje. De uma forma completamente diferente da que eu tinha lembrado antes. Lembrei de como ela é. E como eu gosto de pensar que ela é. E eu senti uma profunda saudade dela. E de tudo o que ela representa. E estou me sentindo um pouco como Sexton Furnival.

E não, a postagem não faz muito sentido. É basicamente uma forma de tirar algumas coisas da mente. E de aproveitar o ensejo para dar um aviso: o único outro autor que continua constante está mais louco (podem ler no lugar de louco "alienado de esquerda") do que nunca. Desculpem por isso.

Bons sonhos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vida, Morte, Mortalidade.

A heroína da postagem
Olá, pessoas.

Estou eu tentando lembrar de onde é uma das melhores citações de Didi (Morte, Teleute etc de Sandman). A citação é a seguinte:

"Vida - e eu não acho que eu seja a primeira a fazer essa comparação - é uma doença: sexualmente transmissivel e invariavelmente fatal.
E eu acho que isso é verdade. Quero dizer, se você não faz sexo, você não faz vida. Mas assim que a coisa chamada vida começa, há uma série de outras coisas às quais você precisa ficar atento.
E é pra isso que eu estou aqui hoje. É para dar informação. Se você prestar atenção, você pode aumentar as suas chances de viver um pouco mais - cinquenta, sessenta anos talvez, se você tiver sorte.".

E eu passo uns três dias tentando lembrar de onde era. Olho aqui, olho ali, olho em todos os meus volumes de Sandman. Aí eu finalmente penso "Seria incrivelmente ridículo se estivesse em um dos números de Morte." E Estava. Está, aliás. Em Morte, o Preço da Vida. E eu fiquei me sentindo incrivelmente ridículo.

Tinha uma citação perfeita em Sinal e Ruído, mas vou evitar falar muito de Sinal e Ruído, já falei demais.
E eu decidi que irei citar outro livro: Clube da Luta.
"A morte vai começar em três, dois.
O luar banha o céu da boca.
Preparar para o último suspiro, já.
Abandonar."

"Eventualmente, a taxa de sobrevivência de todo mundo cairá a zero".

A minha duvida é: em quantos por cento estará a minha taxa de sobrevivência? E a sua?

Esta postagem foi meio que tapa buracos. Tinha umas outras duas ou cinco em mente, mas não tenho clima para fazê-las.
Uma sim, irei fazer.
A outra, farei talvez amanhã. Dependia de algo que deveria estar pronto, mas não está.

E é isso... A cada segundo nos aproximamos do momento de nossa morte... Acho que não disse o quão cansado estou. É bastante.

Bons sonhos, amigos e, por que não, boa morte.

domingo, 18 de setembro de 2011

36 Tzaddikim. Ou seriam 2?

Oi.

Estive pensando há um bom tempo em fazer essa postagem.
E hoje eu peguei meu Fábulas e Reflexões para conferir uma citação e abriu nessa página. "Chamam de acaso..."
Resolvi que era hora de fazer essa postagem.

Em Três Setembros e Um Janeiro, em dado momento, Morte conversa com Joshua Norton sobre os 36 Tzaddikim. E ela diz "Dizem que o mundo se apoia nas costas de 36 santos... 36 homens e mulheres abnegados, por causa deles, o mundo segue existindo. São os reis e rainhas secretos deste mundo.".
Há um bom tempo (quando comecei a planejar essa postagem)  eu pesquisei um pouco sobre isso (li a página da Wikipedia e umas outras duas no Google. Não tenho um exemplar do Torá em casa, mas gostaria) e o que eu entendi é: o Judaismo prega que, a cada geração, ocorrem os 36 Tzaddikim, sendo metade na Terra Santa e 18 no resto do mundo e que se apenas um não existisse, o mundo chegaria a um fim.

E eu achei este conceito extremamente interessante, se um dia eu fundar uma religião, este com certeza estará presente. Mas a religião não é foco da postagem. O foco é: posso nomear com certeza absoluta 2 dos Tzaddikim do meu mundo. Não sei se os outros eu já conheci e não consegui identificar ou se ainda estão por vir. E eu espero poder nomear todos até o fim do meu mundo.

Já parou para pensar sobre os seus? Experimente fazer uma lista com os seus Tzaddikim. Conte quantos dão.

Bons sonhos, amigos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fênix...

Oi!

Então, como está a noite?

Tenho refletido um bocado sobre algumas coisas que tem acontecido na minha vida. E esta postagem está intimamente relacionada a essas coisas. Estou dando adeus ao um "Mestre Li".

Tenho andado para cima e para baixo com o meu Despertar.
E a parte que eu mais tenho lido é Exilados.
E tem este trecho. O velho sábio pergunta a Daniel o que foi dito pelo bárbaro. Este responde:
"Omnia mutantur, nihil interit.
'Tudo muda, mas nada se perde realmente.'

Adeus, mestre Li."

Este é o meu memento de hoje, pessoas.

Acho esta música linda. E o clipe achei perfeito. Ou filme. Espero que vocês apreciem.




Bons sonhos...

"Adeus, Mestre Li...

Somente a fênix ascende e não desce. E tudo muda.

E nada se perde realmente."

domingo, 4 de setembro de 2011

Muros, Remendos, Vier Mauern, Geada

Olá, Pessoas!

Eu já escrevi antes sobre o quanto Sinal e Ruído se tornou uma obsessão para mim. Cada página, quadrinho e linha me impressiona.
Robert Frost
(um aposto: tá tocando Here Comes The Sun. É uma boa música. Não sou um grande fã dos Beatles, mas essa é ótima)
E no início de Sinal e Ruído tem três... Não sei bem como descrever, deixemos como "Obras-primas", duas de McKean e uma deles dois (os dois são Gaiman e McKean). E uma delas me levou a Robert Frost.
Eu já tinha lido algumas coisas dele, mais especificamente, já tinha lido uma coisa dele, porque a "volta" de Desejo em Noites Sem Fim se chama "O Que Eu Experimentei de Desejo". É uma linha de "Fogo e Gelo".

Eu resolvi postar um poema de Robert Frost (Muro Remendado) e o Vier Mauern (este vem depois, quero colocar o Sinal, não só o Ruído [sim, eu me divirto um bocado escrevendo essas postagens e fazendo piadas de humor semi-privado :]).

Extraí o poema daqui: http://carva1.wordpress.com/2008/05/27/robert-frost/
Achei esse blog ótimo. A autora me lembrou três pessoas completamente diferentes e similares. Experimentem ler um dia.


Muro Remendado


Quem adivinhar de onde é essa  imagem, ganha um prêmio
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que enfia bojos de terra gelada por baixo,
E derrama as pedras superiores ao sol,
E faz buracos onde até dois podem passar abraçados.
O trabalho dos caçadores é outra coisa:
Eu cheguei depois deles e fiz a reparação
Onde não deixaram pedra sobre pedra,
Mas conseguiram pôr a lebre fora do esconderijo,
Para deleitar cães latidores. As brechas, quero dizer,
Ninguém as viu fazer ou as ouviu fazer,
Mas na época primaveril dos arranjos encontramo-as lá,
faço o meu vizinho saber para lá da colina;
E um dia encontramo-nos para percorrer a linha
E assentarmos o muro outra vez entre nós.
Mantemos o muro entre nós enquanto avançamos.
A cada um as pedras que caíram para cada um.
E algumas são formas e outras são tão como bolas
Que temos de usar um feitiço para as equilibrar:
“Fica onde estás até voltarmos as costas!”
Ficamos com os dedos ásperos de as manipular.
Oh, somente outro gênero de jogo ao ar livre,
Um de cada lado. Mas vai mais longe:
Aí onde se encontra, nós não precisamos de muro:
Ele é todo pinheiros e eu sou um pomar de maçãs.
As minhas macieiras nunca atravessarão
Para comer os cones sob os seus pinheiros, digo-lhe eu.
Ele só me diz, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”
A primavera instiga-me e pergunto-me
Se lhe posso despertar a razão:
“Porque razão fazem bons vizinhos? Isso não é
Onde existem vacas? Mas aqui não há vacas.
Antes de construir um muro eu inquiriria para saber
O que estaria a incluir ou a excluir,
E a quem era suposto ofender.
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que o quer no chão”. Poderia dizer-lhe “duendes”,
Mas não são duendes exactamente, e eu prefiro
Que ele o diga a si próprio. Vejo-o por ali,
A agarrar uma pedra com firmeza pelo topo
Em cada mão, como um antigo selvagem armado de pedras.
Move-se na escuridão e parece-me,
Não apenas a das florestas e a da sombra das árvores.
Ele não irá atrás do dito de seu pai,
Gosta de ter pensado naquilo tão bem

E diz novamente, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”




Muro na fazenda de Frost


Em breve postarei mais coisas de Robert Frost.
"Existe alguma coisa que não aprecia o muro." Coloquemos abaixo alguns deles.
Bons sonhos a todos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Apocatástase

Oi.

Então, pessoas.

Eu resolvi começar um novo blog.

O nome é Apocatástase. É aquele lugar para onde eu irei gritar quando não quiser ser ouvido.

Não vou abandonar esse blog, não mesmo. Gosto muito dele.

E é isso...

Bons sonhos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um soneto perdido (no meio de prosa) achado em um filme

Olá, pessoas!

Então, percebi que já tem um tempinho que eu não posto um poema.
Não na integra, visto que o ultimo, há quatro dias (21/08/2011) não conta.
E hoje eu resolvi fazer algo de útil com meu tempo extra e assistir um bom filme. Resolvi assistir, entre outros, O Homem que Copiava.

Há uns quatro anos, talvez, eu comecei a assistir, mas por alguma razão que não me lembro mais, parei de assistir e há quase três meses eu consegui o filme, mas não estava muito a fim de assistir. Oh, que naïve eu sou...
O filme é ótimo.
Perfeito, magnífico, maravilhoso e mágico. Tem senso de humor, críticas, trilha sonora bacana, roteiro, personagens... Ah, personagens... E tem esse soneto. É de Shakespeare.


Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate

E ele me lembrou bastante um soneto que eu postei há muuuuuuuito tempo de Camões.
http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2011/04/mudam-se-os-tempos.html

Para os camaradas que ainda não assistiram O Homem que Copiava: assistam.
Para os camaradas que já assistiram O Homem que Copiava: um brinde aos finais felizes. Para os que os terão e para os que sonharão em tê-los.

Bons sonhos...

domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre Rodas, Ameixas e Jardins

Um prelúdio roubado de... Claro, Neil Gaiman.
"A Roda de Íxion de assombro para.
Os abutres cruéis não mordem Tício.
A fugaz linfa Tântalo não corre."
Boa noite, pessoas. Ou monstros do Id. Ou Krellianos (duas referências a Planeta Proibido, esse filme é supercalifragilisticoespialidoso). Ou quem quer que esteja aí.

Hoje eu fiz uma maratona Sandman.

Li um pouco dos tomos e comecei a pensar sobre... Bem, sobre. E a minha conclusão é que

"Hoje a morte está diante de mim:
como a recuperação de um doente,
como caminhar em um jardim após a doença.


Hoje a morte está diante de mim:
como o odor da mirra,
como sentar sobre uma vela com bons ventos.


Hoje a morte está diante de mim:
como o curso de um riacho,
como o retorno de um homem, da guerra para a sua casa.


Hoje a morte está diante de mim:
como o lar que o homem anseia ver,
depois de anos aprisionado."



Lembrei de alguns acontecimentos que passaram há pouco e há muito tempo. E...

"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.

Então, ela olha fixamente para o papel,
incapaz de pensar em algo mais.




Por fim, começa a escurecer."



Senti a falta de vocês.
Muita.

E pensei um bom tempo sobre como iria encerrar a postagem. Eu já sei como.
Com Johnny Cash.
Hurt. Infelizmente o dono do vídeo não permitiu a incorporação...

"If I could start again...
A million miles away..."
http://www.youtube.com/watch?v=WWE8zCzPJYk

sábado, 2 de julho de 2011

Fim.

Oi.

Tem um bom tempo, né?
Quero dizer, eu sei que tem um bom tempo.
Não tanto quanto no ano passado.
Não vou tentar criar desculpas para ter sumido. É contra a Regra Nº 1 da lindissima, fofissima, charmosissima Agente Especial Abby Borin (nunca fazer desculpas [ela é de NCIS. É interpretada por Diane Neal, que fez Casey Novak em Law & Order SVU]). Vou pedí-las. Sinto muito.

E eu estive procrastinando essa postagem a muito tempo.
Cerca de um mês e dez dias.

Ontem eu assisti o ultimo episódio da 3ª Temporada de Castle (sendo honesto, ontem eu devo ter assistido no mínimo seis episódios dessa temporada.) e pensei "Amanhã eu faço essa postagem. Não tem como adiar mais.".
É sobre fim. O Fim. (nota póstuma: a postagem está longa e é baseada em citações. Trechos inteiros. Se desistirem, de ler, não vou julgar vocês. E, mais importante: eu estou malucão hoje [só hoje?!], então, eu vou entender se quiserem colocar nos comentários coisas como "Rafael, na salada se coloca vinagre, não cachaça." ou "Acho que o Zé da sua mercearia está te vendendo outras coisas no lugar de coentro".)

Tem mais ou menos um mês e dez dias que eu comprei Sinal e Ruído.
É lindo.
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Gaiman-Mckean (é claro que eu escreveria o nome de Gaiman antes, não poderia ser diferente no meu mundo).
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Neil-Richard-Gaiman.
Em outros, é o que mais aproxima Gaiman da realidade.
Aprendi muito lendo esse livro.
Aprendi como sobreviver.
Aprendi como morrer.
Sobrevivi e morri.

Mas essa postagem não é sobre mim.
Ou talvez seja totalmente sobre mim.

Desculpa, estou me adiantando. E fazendo uma piadinha bem sutil, que só quem já leu muito pode perceber. Não é mais do que uma curta parafrase de um trecho de Signal to Noise. Divagando. Este trecho eu não escrevi na ordem que lhes aparece, devo dar um aviso: estou divagando demais hoje.

Minha ideia era postar um pouquinho só sobre Castle (uma parte eu já coloquei, a outra vem agora: é um dos meus seriados favoritos. Assistir o ultimo episódio disponível me fez pensar sobre fins e o quanto podem ser dificeis. Estou com saudade do seriado. E Stana Katic está lindíssima esta temporada. Caramba, ela é que nem um bom vinho: fica melhor com a idade. Quando eu a vi no inicio da temporada eu fiz ":-O Beckett? A mesma Beckett?".
E estou elocubrando demais. Saindo do foco.
Enfim, minha ideia era postar sobre Castle, Sinal e Ruído e fazer um link entre Sinal e Ruído e uma música que eu tenho ouvido... Bem, eu diria "obcecadamente", roubando as palavras de um amigo meu, mas o correto é 24/7, porque na minha mente, mesmo o mais obcecado  tem que pausar por um momento sua obsessão (mesmo que seja para dormir durante 1/4 de segundo e voltar a lurkar. O mais dedicado stalker continua tendo sono, não? Embora ele possa dormir enquanto a presa que ele está stalkando [essa palavra não existe] também está [divagando de novo... Por favor, não me deixem sair assim do foco, tá?]). Voltando ao assunto, entre Sinal e Ruído e uma música que tenho ouvido o tempo todo. Literalmente. Estou ouvindo agora no Youtuberepeat. 
Acho que eu deveria ter nomeado a postagem propriamente, e vou me retificar. É fazer um link entre a música e Sinal e Ruído.

A música é Waiting For The End.


Marquei um trecho.


Esse não é o fim, esse não é o começo
Apenas uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes, tem algo vazio dentro delas
Nós dizemos, "yeah"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer

Esperando o fim chegar,
Desejando que eu tivesse força para suportar
Não é isso que eu tinha planejado
Isto saiu do meu controle
Voando à velocidade da luz,
Pensamentos giravam na minha cabeça
Tantas coisas que não foram ditas
É difícil deixar você partir

(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive

Sentando em um quarto vazio,
Tentando esquecer o passado...
Isso nunca foi feito para durar
Eu queria que não fosse assim

(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive

O que restou quando o fogo acabou
Eu achei que era o certo,
Mas o certo era errado
Tudo apanhado no meio da tempestade
E tentando entender qual era a sensação de seguir em frente
E eu nem mesmo sei que tipo de coisas eu disse
A minha boca continuava mexendo e a minha mente morreu
Juntando os pedaços sem ter por onde começar
A parte mais difícil de terminar é recomeçar

Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive

Esse não é o fim, esse não é o começo
É só uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes algo se esvazia dentro delas
Nós dizemos, "yeah!"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer

(segurando naquilo que eu não tenho)


Agora eu vou para Sinal e Ruído.
Tem andado comigo todo dia desde que eu comprei.
Praticamente não sai das minhas vistas.
A sinopse é "Em Londres, um diretor de cinema descobre que está com câncer e tem pouco tempo de vida. Ele estava para iniciar a produção do que seria seu maior filme: a história de um vilarejo na Europa Central durante os últimos minutos do ano 999 d.C, aguardando a vinda do apocalipse. Agora, esse roteiro jamais será filmado.
No entanto, ele continua trabalhando na pr odução em sua mente, fazendo um filme que ninguém jamais verá. Ninguém a não ser você."

Um dia talvez eu digitalize esse que nem eu fiz com A Paixão do Arlequim, cujo arquivo em .rar, acabei de reparar, está M.I.A... Tenho que achar... Talvez eu ache no meu antigo e-mail. Divagando... Enfim, eu digitalizo quando descobrir um jeito de digitalizar que não envolva machucar o meu bebê. E isto significa dobrar ou colocá-lo numa multifuncional. Ou seja, não tão cedo.
Pensei em tirar fotos de alguns trechos interessantes, mas a qualidade das fotos está horrível.
Não vou dar nenhum Spoiler.
Usarei citações desconexas e fora da ordem. Leiam Sinal e Ruído. Amem, riam, chorem. Desesperem-se. Mas não deixem de ler. Vale a pena. Cada milésimo de página.

"999 d.C., ultimo dia do ultimo mês do ano."


"A mortalidade é algo difícil de encarar.
'Aquilo que não nos mata nos fortalece'. Pode até ser, mas o que nos mata nos mata, e isso é dureza.
O que é preciso para a vida ter sentido?
Sinal e ruído:
O que é sinal? O que é ruído?"
Há algum tempo eu pensei um bocado sobre isso. Às vezes é melhor morrer que se fortalecer. Pode ser mais justo ou menos doloroso ou o certo. Às vezes é o errado. Às vezes, simplesmente é.


"A história é menos verdadeira por ser uma mentira?"

"Talvez eles estejam olhando para o céu.
Ali, está vendo?
Um deles está gritando...
...mas não conseguimos escutar o que diz.
Talvez estejam se preparando para deixar para trás tudo que possuem.
Talvez estejam, lenta e verdadeiramente, começando a acreditar..."

"Parado em um sinal de trânsito, olho de relance as linhas da minha mão - da mesma forma como o faço agora.
Vejo uma cicatriz na base do polegar, onde me cortei na infância com uma garrafa quebrada. Meu passado está escrito ali.
Mas e o meu futuro?
Examino a minha mão, tentando adivinhar um futuro na sua rede de ranhuras e caminhos.
Eles se mantêm ilegíveis.
E eu retorno ao passado."
Eu coloquei vários trechos para dizer coisas a um amigo. Tópicos que surgiram na nossa ultima conversa. Este é simplesmente para dizer a ele que não acredito em Destino. Ou se acredita em Destino ou em Justiça. Prefiro esse ultimo.

"Inanna falando,
dizendo coisas,
ela sente muito,
os médicos cometem erros,
ela sente muito mesmo,
novos tratamentos a cada dia,
se ela puder fazer alguma coisa,
sente muito de verdade,
e por aí vai,
falando,
mas sem dizer nada.

Somente ruído".

"Estão indo para um lugar mais alto esperar pelo fim do seu mundo."

"Só que eu não acredito no apocalipse.
Acredito na apocatástase.
Acho que esse é o título ideal para o Filme. É uma palavra difícil, e ninguém sabe o que significa, mas, fora isso, é um ótimo nome.
A-po-ca-tás-ta-se.
o significado:
1) Restauração, restabelecimento, restituição;
2) Retorno a um estado ou condição anterior;
3) (Astronomia) Retorno de um astro à sua posição aparente, conclusão de um período de rotação.
Pense a respeito."
Não acredito na Apocatástase. Nada retorna a um "estado ou condição anterior". Na primeira vez que pensei em voz alta (para mim mesmo, sendo honesto) sobre não acreditar na Apocatástase, me apareceu um diálogo entre duas pessoas. Dois amigos. Um homem e uma mulher (certo, vou admitir quem são e contar um segredo meu. Eram Castle e Beckett. Eu assisto isso tem mais de um ano, quando foi ao ar aqui. E gostei muito mesmo. É engraçado e divagando. Mas toda vez que eu gosto assim de um seriado ou filme, ou livro, ou um acontecido na minha realidade, entre um episódio e outro eu paro um pouco e penso como poderia ter sido ou um possivel diálogo que não foi às telas. Da ultima vez que isso me aconteceu, ou da penúltima, foi com O Livro do Cemitério) e ele falava para ela o porque de não acreditar. E ele ia "Não dá pra acontecer isso. Pense comigo. Estamos aqui, sentados. Se eu me inclino por esta mesa e te beijo, mesmo que não significasse nada pra mim ou que não signifique nada pra você e nós nunca mais falemos sobre isso e que isso não mude nada no nosso relacionamento, nunca vai voltar a ser o que era antes. Porque nós sabemos o que aconteceu." Inventei isso tudo. Agora. Não que eu brinco com possiveis realidades que aconteceram, não, isso eu faço. Acredito na MWI, e tenho certeza que há pelo menos uma centena  de outros mundos em que eu estou escrevendo uma postagem diferente. Inventei a metáfora agora. Na minha mente deturpada e cansada, ficou legal. No papel site, eu não sei. Tem um mundo em que a Primavera em Paris nem sangrou nem terminou. Tem um que em que ela sangrou por um motivo completamente diferente. Tem um que nunca existiu. E por aí vai. Deixo aqui outras duas recomendações: FlashForward, livro e seriado. Eu amava esse seriado. Há um mundo em que esse seriado não foi cancelado na 1ª temporada, um em que ele nunca foi filmado, outro em que é um remake, outro que Gaiman faz o roteiro de um episódio, outro que Jack Sparrow aparece faz uma belíssima cena de luta de sabres de luz com o Comodoro Norrington (piadinha... Jack Davenport [Norrington] faz um dos papeis principais no seriado, o qual, por acaso, é no livro o protagonista), outro em que... Vocês já entenderam. Em qualquer um dos mundos.

"Eles disseram - os críticos, os resenhistas - que as minhas imagens eram desoladoras. E eu concordei com eles.
Na época eu concordei. Mas agora...
Talvez seja verdade.
Eu não sei. Vivemos em um mundo onde as únicas imagens utópicas são as que aparecem em intervalos comerciais: visões mágicas de um mundo impossivelmente hospitaleiro, povoado de homens, mulheres e crianças dotados de grande beleza, olhos faiscantes...
Onde ninguém morre...
Onde tudo o que é necessário se resume a um produto barato e fácil de encontrar - um pacote de amendoim salgado, ou um novo produto para limpar tapetes -, que trará felicidade imediata em altas concentrações.
Nos meus mundos as pessoas morriam.
E eu achava isso honesto.
Achava que estava sendo honesto.
Achava que estava dizendo a verdade. Achava que..."

"Os seres humanos estão sempre vivendo os seus ultimos dias.
Quanto tempo nós temos?
No máximo cem anos antes que o nosso mundo acabe."


"E eu me pergunto:
Por que estou escrevendo um filme que nunca vou filmar,
criando algo que ninguém vai ver?
O mundo está sempre acabando para alguém.
É uma boa fala.

Eu a coloco na boca do pai da crianla.
Ele diz isso à esposa.
'O mundo está sempre acabando para alguém', ele diz.
Ela está tentando acalmar o bebê, e não o ouve.
Duvido que faria diferença se tivesse ouvido."


"O grande apocalipse não existe. Só uma procissão de pequenos apocalipses."
Em algum momento em Signal to Noise, é afirmado algo como "Não acredito no Apocalipse. Existem diversos apocalipses. Um para cada um de nós.". Não concordo com essa ultima parte. Existem muito mais que apenas um apocalipse pessoal. Não sou a mesma pessoa que acordou esta manhã às 09:13 ou às 09:23 ou algo do tipo de um sábado. E que não era qualquer sábado. Mudei desde então. Não sou a mesma pessoa que almoçou. Ela morreu. Todo mundo muda. Ninguém nunca muda. Eu continuo sendo eu. Tenho a mesma altura, quase o mesmo peso, mesma cor de cabelo. Mesmos gostos. Mas na pior das hipóteses eu estou mais velho. E isso me muda completamente. E não muda nada. E esta postagem está mais louca do quê conversa de um bêbado com um poste, mas precisava tirar isto da mente.

"A parte mais dificil do fim é recomeçar." É. Em todos os níveis. Pensei em fazer uma relação com um trecho de O Livro do Cemitério, mas vou poupar vocês. 

"Os apocalipses estão a cada esquina. As palavras significam o que nós queremos que signifiquem."

Está ficando tarde a a postagem está começando a feder de tão longa. Na realidade, acho que o que está fedendo são os cadáveres dos camaradas que tentaram ler a postagem toda e morreram no meio do caminho de velhice. É sério, Matusalém vai postar um comentário dizendo que ele demorou mais tempo lendo esse post do que vivendo antes de ser arrematado ou foi arrebatado, algo do tipo. E foram 969 anos. Saio com a uma sensação de dúvida: disse ou não tudo o que tinha pra dizer? Acho melhor pensar que disse tudo o que era pra dizer hoje.

Tinha uma nota que eu deveria fazer. E eu esqueci.

Uma eu ainda me lembro: o sábado é especial porque é Dois de Julho. Independência da Bahia. Me faz lembrar das aulas de Filosofia com Belzinho... Deus... Faz tempo. Toda uma vida.

Tem uma outra nota: é chato ter que esperar até uma temporada de um seriado querido ir ao ar. A 4ª de... Castle, é claro, não deve começar antes do dia 20/09/2011. Talvez, com sorte, seja no meu aniversário. Ia ser muuuuuuuito bom.

Desejo bons sonhos a vocês, meus amigos...


"But in the end,
It doesn't even matter."

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quebrei um Espelho.

Boa noite, pessoas (ou não-pessoas também, nunca se sabe quando Anansi ou afins podem estar lendo seu blog, né?).

Quebrei um espelho.

Quero dizer, não quebrei exatamente: abri a porta do guarda-roupa e a cola deve ter se transfigurado em algo que não cola e ele caiu.

Simples assim.

Não acho que vou ser condenado a sete anos de azar.

Na realidade, não acredito nesta crendice específica. Nem em muitas outras.

Mas não é esse o foco da postagem.

Não.

O foco é o espelho.

Irei me referir a ele utilizando maiusculas. O Espelho era um bom espelho. Era meu espelho, sabe?

Quase todo dia eu abria a porta do meu guarda-roupa e lá estava Ele, me encarando. Falando comigo. Me mostrando coisas.

Agora Ele está partido em mil milhões de pedaços.

Fragmentos de quem Ele era.

Tentei juntá-los e me olhar. Não consegui formar uma imagem concisa.

Ao contrário, vi mil milhões de imagens. Cada uma diferente da outra.

Mil milhões de Rafaeis refletidos no que antes só via um.

Espelhos são criaturas interessantes. Podem revelar muito. Podem esconder muito mais.

Quebrei um espelho.

Ou terei eu o consertado?

Bons sonhos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nota Póstuma de um Vivo:

A postagem anterior foi feita por outro camarada.

A minha opinião é beeeeeeeeeem diferente da dele.

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem diferente.

Mas existe a Lei de Liberdade de Expressão...

Night Night, pessoal!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fogo e Gelo

Olá, pessoas!


Então, Fogo e Gelo é um poema por Robert Frost.


Achei muito interessante.


Já tinha lido antes, mas não me recordo onde.


Fogo e Gelo


Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
Outros dizem em gelo.
Pelo o que provei do desejo
Fico com quem prefere o fogo.
Mas, se tivesse de perecer duas vezes,
Acho que conheço o bastante do ódio
Para saber que a ruína pelo gelo
Também seria ótima
E bastaria.


Não farei uma análise. "As palavras significam o que queremos que signifiquem".


Deixo, porém, duas músicas. Motivo? "Você mantém a resposta bem no fundo de sua mente".








Não sei ainda como está a minha relação com sonhos. Quero dizer, não está nem ruim nem boa. Simplesmente está. Não devo, portanto, lhes desejar bons sonhos.


E acabou de passar pela minha cabeça outra ideia: deixar uma terceira música.


Era Whisper.





(Acabei de reencontrar Sinal e Ruído.)


E termino a postagem roubando palavras da lindíssima e maravilhosissima Amy Lee;


"Servatis a Periculum,
Servatis a Malificum."