quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mudam-se os Tempos

Olá, Pessoas!

Como estão?

Espero que esteja tudo ótimo.

Enfim, irei à postagem.

Li este poema do Camões ontem e achei-o lindo. O nome é Mudam-se os Tempos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


Eu... Eu não tenho palavras  para comentar sobre a singeleza deste incrivel soneto. Deixarei para vocês.

Espero que ele tenha a mesma importância que tem para mim.


Bons sonhos...

domingo, 17 de abril de 2011

Wo sind die Kinder?

Boa tarde, pessoas!

"Onde estão as crianças?
Ninguém sabe o que aqui aconteceu.
Ninguém viu nada
Onde estão as crianças?
Ninguém viu nada"
Rammstein - Donaukinder

Lembrei hoje do conto do Flautista de Hamelin. E a fábula do Menino e o Lobo. Não faço a menor ideia do porque que eu fiz uma relação entre os dois, mas eu fiz.

Imagino que todos conheçam a história do Menino e o Lobo (ou O Menino que Mentia. É aquele que o menino grita que o Lobo está indo devorá-lo. A mãe vai socorrê-lo e descobre que é sempre mentira. Ao final, quando o lobo realmente chega para devorá-lo, ele grita e a mãe não vem).
Enfim, postarei aqui apenas o conto do Flautista de Hamelin. É baseado num fato que aconteceu na Alemanha há quase oito séculos.

O Flautista de Hamelin - Irmãos Grimm

Há muito, muitíssimo tempo, na próspera cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: uma manhã, quando seus gordos e satisfeitos habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas bem providas despensas.    Ninguém conseguia imaginar a causa de tal invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que fazer para acabar com tão inquietante praga.  Por mais que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia ao contrário que mais e mais ratos apareciam na cidade. Tal era a quantidade de ratos que, dia após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram assustados.  Ante a gravidade da situação, os homens importantes da cidade, vendo perigar suas riquezas pela voracidade dos ratos, convocaram o conselho e disseram: Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos. Pouco depois se apresentou a eles um flautista taciturno, alto e desengonçado, a quem ninguém havia visto antes, e lhes disse: "A recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin".  Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente.  E assim ia caminhando e tocando, levou-os a um lugar muito distante, tanto que nem sequer se poderia ver as muralhas da cidade.  Por aquele lugar passava um caudaloso rio onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.  Os hamelineses, ao se verem livres das vorazes tropas de ratos, respiraram aliviados. E, tranqüilos e satisfeitos, voltaram aos seus prósperos negócios e tão contente estavam que organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes manjares e dançando até altas horas da noite.  Na manhã seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou aos importantes da cidade as cem moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém esses, liberados de seu problema e cegos por sua avareza, reclamaram: “Saia de nossa cidade! Ou acaso acreditas que te pagaremos tanto ouro por tão pouca coisa como tocar a flauta?".  E, dito isso, os honrados homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas dando grandes gargalhadas.  Furioso pela avareza e ingratidão dos  hamelineses, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia uma e outra vez, insistentemente.  Porem esta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos pedidos e gritos de seus pais que, em vão, entre soluços de desespero, tentavam impedir que seguissem o flautista.  Nada conseguiram e o flautista os levou longe, muito longe, tão longe que ninguém poderia supor onde, e as crianças, como os ratos, nunca mais voltaram.  E na cidade só ficaram a seus opulentos habitantes e seus bem repletos celeiros e bem cheias despensas, protegidas por suas sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.  E foi isso que se sucedeu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin, onde, por mais que se procure, nunca se encontra nem um rato, nem uma criança. 
 

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Me pergunto o que foi feito às nossas crianças. Às crianças que nós fomos. E aqui, volto a citar Till, Flake o os outros, mas me lembro de um excerto de Alice no País dos Espelhos (o mesmo que Neil utilizou para prefaciar [não sei se essa palavra existe...] Lendo as Entranhas):
"Onde estão as crianças?
Ninguém sabe o que aqui aconteceu.
Ninguém viu nada
Onde estão as crianças?
Ninguém viu nada

Mães ficam quase na correnteza
e choram um dilúvio.
Nos campos, através dos diques
aumenta a dor em todas as lagoas.
"
"-Quero dizer - disse ela - que ninguém pode fazer nada para não envelhecer.
-Uma pessoa não pode - retrucou Humpty Dumpty -, mas duas podem. Com a adequada assistência, você pode para aos sete anos."
(Lewis Carrol, Alice no País dos Espelhos )

Me pergunto ainda se um dia recuperaremos a doçura da infância.

Mas acho que o ponto que eu queria chegar não era sobre o Flautista, mas sim sobre o Menino e o Lobo. Na fábula, o menino grita e grita. No final, sua mãe não mais vem para socorrê-lo. Mas isso não é verdade. Não sei exatamente qual é o meu ponto com essa postagem, qual a razão para tê-la feito e tudo o mais, mas... Aqui ela está. Talvez seja que a fábula do Menino esteja errada e que a mãe dele sempre venha, por mais que ele minta. Talvez seja que o "Field of Innocence", nas palavras da belíssima Amy Lee já se foi para quase todos nós. Talvez... Quem sabe.

Mas eu sei que hoje à noite eu dormirei cantando "Wo sind die Kinder".
Extraí o conto daqui:
http://members.fortunecity.com/gafanhota/hamelin.htm

Bons sonhos a todos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mr. Punch (ou)... Sangue! Sangue! Sangue!

Boa noite, meus amigos!

Esta postagem é para, em parte, responder a uma pergunta da Pandora. Em parte, é para me aliviar.

Hoje eu assisti Criminal Minds, e o episódio me deixou aceso. Não sei porque, o episódio não foi tão bom assim. Mas que deixou, deixou.

Para fazer a postagem, junto isso com o fato de que hoje eu estou relendo A Comêdia Trágica ou A Tragêdia Cómica de Mr. Punch. {mode ironia on] Quem conseguir adivinhar de quem é, ganha um prêmio. Quem errar, também ganha.

Não leia abaixo enquanto não der seu palpite. [mode ironia off]

Acho que esse é um dos trabalhos mais pertubadores do Neil. Embora quase todos sejam pertubadores, esse bate recorde. Os desenhos do Dave Mckean atrapalham me assustam.

E este trecho está me perturbando:

"Num mundo perfeito, ocorre-me agora, eu escreveria isto com sangue e não tinta.

Não se pode mentir quando se escreve com sangue. A responsabilidade é grande demais; e os fantasmas que a pessoa matou ressurgem e induzem a caneta a traçar linhas verdadeiras, transformam a palavra escrita em palavra não não escrita à medida que os traços vermelhos ficam marrons.

É por isso que os pactos com o Diabo têm que ser assinados com sangue. Se você assina seu nome com sangue, é o nome verdadeiro. Não há como mudar isso.

Pronto. Já estou falando de sangue, e era do passado que eu queria falar.

E dos mortos, é claro. Não há como escapar dos mortos."

A postagem é para falar dos mortos.

Mais especificamente, da estranha relação entre Harlequin e Rafael. Considerem-nos de Judy e Punch (respectivamente) nesta postagem, e só nessa. É só para que a metáfora seja entendida. A coisa real não foi nem de longe tão dramática. Na realidade, o trecho abaixo é só uma introdução. O excerto pretendido está em negrito.

Eu irei narrar a cena, não citarei apenas. É a forma como eu vejo-a, então, mil perdões se não é a forma usual. Conto com a indulgência de vocês, que já me perdoaram de coisa muito pior. Estou ficando muito folgado?


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Punch acabara de arremessar o bebê para fora do palco. Judy pergunta-lhe onde está o bebê. Punch responde-lhe, com o sorriso mais irônico, louco e divertido possivel "Está dormindo".

Judy joga as palavras em Punch: "Mister Punch, seu malvado cruel. Ele não está dormindo. Está morto. Ele matou meu bebê, não foi, meninos e meninas?"

A plateia, a plateia composta de crianças responde "Sim!" "Sim!" "Sim!" "Sim!".

Punch reclama, vestido com seu roupão vermelho, laranja e verde, "Ah! Seus mentirosos malvados!". Mas Punch continua sorrindo. Sempre. É sua sina e seu dom.

E Judy, oh, Judy, envolvida em um vestido vagabundo e um avental branco exclama com sua vozinha leve e delicada "Você é muito mau, Mister Punch, e eu nunca mais vou te beijar". Punch procura no palco e  acha o que procurava. Ele acha um pedaço de pau e ataca Judy com ele.

O malvado Mister Punch atinge Judy no rosto, ela cambalheia. "Eles começaram a bater um no outro, numa confusa dança de pancadas". E Punch atinge, e atinge e atinge a pobre Judy. Punch está psicótico. Seus olhos brilham numa selvageria extrema. E ele volta a bater e bater e bater.

"Até... O fantoche de Judy voar pelos ares... E cair sem vida... bem. na. frente. do. palco".

Punch fica surpreso. Arregala os olhos. Se assusta. "Punch chorou por Judy quando percebeu que ela estava morta, depois fez uma dancinha. Ocorreu-me então que a morte só acontece com tanta frequência em teatros de fantoche para que o ator fique com a mão esquerda livre, a fim de apresentar um novo personagem".

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O que eu descobri (ou, melhor dizendo, me dei conta) agora é que é horrivel deixar uma postagem incompleta de um dia para o outro. Chegando agora, eu percebi que havia um "A" no meio da postagem. Eu não faço ideia do que mais eu ia escrever ontem à noite.

E provavelmente terminarei a postagem por aqui... Não conseguirei lembrar o que queria escrever.

E me despeço aqui, celebrando o acontecimento do A com uma poesia do Drummond:

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."

Bons sonhos.

domingo, 3 de abril de 2011

O futuro e Marte

♣ Planeta Marte: A nossa próxima parada.

Nem os sumérios eram capazes de descreverem como foi o ínicio do Planeta Terra.

Para vocês que não sabem, a Suméria foi a primeira e grande civilização (5.000 antes de Cristo!), inventando a Astronomia e a biblioteca. Guerras avançavam tecnologicamente num ritmo acerelado em busca de vitórias. Desde que a humanidade evoluiu, a química e a física uniram-se e permitiram energias elétricas, combustíveis, e para tudo isso funcionar era preciso de usina nuclear. Isso mesmo que você leu, USINA NUCLEAR. Erro humano é uma rotina eterna. O trabalhor de uma usina não teve culpa. Nem o temporal. O Tsunami que arrastou Japão expôs a realidade que nada pode resistir contra a natureza. Todo cuidado é pouco... ou estariamos todos nós contaminados.